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Rótulo
Reflexão - Sentindo raiva, preconceito e bullying
- O que você sabe sobre a raiva ?
- Como seu corpo fica nos momentos de raiva ?
- Você consegue ser firme sem ser rude ?
- Como podemos lidar melhor com nossa raiva ?
- Você sabe o que é bullying e como ele faz as pessoas sofrerem ?
- Como você lida com pessoas diferentes de você ?
- O que é preconceito para você ?
- Você sabe o que é racismo ? Por que ele é tão ruim ?
- O que você sabe sobre inclusão e tolerância ?
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2. Parte 02
Os primeiros colegas de classe chegaram e Deia logo esqueceu o ocorrido, e iniciaram a discussão sobre a apresentação que fariam. Depois de escolherem uma música caipira, combinaram as funções de cada um e foram para a sala de aula.
Na semana seguinte, as monótonas paredes agora traziam imagens divertidas da Iara, do Saci Pererê, da Mula Sem Cabeça e do Curupira.
De repente, um menino na multidão gritou:
— O Gustavo é o saci!
E todos riram. Menos Gustavo, claro, e Deia, que correu para o amigo e disse:
—Não liga Gugu, eles não sabem como você fica triste.
Mas, Gustavo — com seu coração apertado como se alguém o estivesse esmagando e com uma raiva revirando seu estômago — ficou com a testa enrugada, as sobrancelhas fechadas, as narinas mais abertas e correu para chutar o menino que o chamou de saci. E a boca destrambelhou a xingar a todos. Ainda bateu num menino magrinho que passava por ali e sem querer esbarrara nele.
Deia viu Gustavo e o menino que o chamara de saci serem levados para a diretoria pelo professor Maurício, de Educação Física. Gugu havia perdido a razão, agira sem pensar e os dois foram suspensos.
— Você soube? Gugu vai ficar três dias em casa — Mariana cochichou para Deia.
— Sim, eu fiquei sabendo, mas tinha razão de ficar chateado, não acha? O que fizeram com ele é racismo. Nós não podemos aceitar, é preconceito.
— Sei lá, o que é que tem? Era brincadeira. Todo mundo fala isso pros meninos negros.
— Todo mundo, não, né Mari. Eu nunca falei. E se o Gugu não estava rindo, então, ele não gosta dessa brincadeira e se a gente é amigo, devia respeitar e não chamá-lo assim. Meu pai fala que ninguém deve ser tratado diferente pela sua cor de pele ou religião.
— Tá, mas ele bateu feio no outro menino.
— Nessas horas é preciso respirar bem fundo e pensar antes de fazer. Mas, como a gente se controla com todo mundo rindo?
— Sei lá, respira fundo. Não é o que todo mundo diz?
— Ele estava certo em reclamar, mas a forma como ele reagiu tirou a razão dele.
— Violência gera mais violência, minha mãe sempre diz! — Mariana avistou outra amiga e logo foi contar a novidade.
Deia sabia disso e lembrou que havia ouvido a professora Lili falar com a mãe dela nas aulas de Yoga, que para se manter em paz era preciso aprender a controlar as emoções. — “Se a gente se deixa levar... acaba sempre arrependido!” Mas sabia que era muito difícil aprender a lidar com os sentimentos. Lili, ensinava a respirar bem fundo, três vezes, e pedia para contar até dez sempre que Deia sentisse raiva de algo ou alguém. A menina tentava fazer isso antes de responder mal, queria muito conseguir ter o controle sobre si mesma.